quinta-feira, 8 de maio de 2008

Prémio Ser Saúde atribuído a um Nutricionista

Um artigo sobre a importancia da nutrigenómica e da nutrigenética foi distinguido com o Prémio Ser Saúde do Instituto Superior de Saúde do Alto Ave.


O artigo premiado é da autoria de 3 investigadores: Fábio Pereira (1º autor), nuticionista, estudante de doutoramento em nutrigenomica na Universidade Autonoma de Madrid, foi co-orientado pela Professora Maria Daniel Vaz de Almeida (FCNAUP) e no momento da publicação do artigo trabalhava no IPATIMUP; Jose Carlos Machado (2º autor), biólogo, professor de Patologia na FMUP e investigador do IPATIMUP e Maria Daniel Vaz de Almeida (3º autor), professora catedrática da FCNAUP e presidente do respectivo Conselho Directivo e do Conselho Cientifico.

O artigo destaca a importancia do "Projecto do Genoma Humano" já que a "sequenciação do genoma humano revelou que os polimorfismos genéticos, fonte de variação genética entre indivíduos, são fundamentais na resposta metabólica ao ambiente", tendo demonstrado que os "componentes ambientais (como componentes dos alimentos) podem influir na expressão dos genes".

Para mais informações consulte a Newsletter da UP.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Descobre as diferenças - Parte III

Manteiga/Margarina

Anos 80


Anos 80/90


Actualmente



Palavras para quê? Evolução? Consumismo? Questões de saúde? Ritmo de vida frenético? Marketing? Competitividade de mercado?

As exigências e expectativas dos consumidores mudaram ao longo das últimas décadas. As razões? Talvez um misto de todas...A manteiga por si só já não basta, tem que ser light, baixar o colesterol...

Dietas das revistas podem ser um perigo!

Seguir as dietas publicadas em revistas de grande circulação pode ser um risco para a saúde.


É a conclusão de um estudo brasileiro que analisou as múltiplas dietas publicadas em revistas não-científicas durante oito meses. Cientistas da Universidade de São Paulo avaliaram 112 dietas, todas publicadas em 2002 em revistas populares, e chegaram à conclusão que
«todas as dietas se mostraram inadequadas em relação a uma ou mais das substâncias avaliadas. Menos de 25 por cento das dietas apresentaram distribuição adequada de macro-nutrientes», escreveram os investigadores num artigo escrito nos Cadernos de Saúde Pública.

Houve um predomínio nos níveis inadequados de cálcio (85,7%), ferro (97,3%) e vitamina E (91,9%), revela ainda o artigo. Para analisar os nutrientes de todas as dietas, os cientistas usaram o programa Virtual Nutri. Os teores de micro-nutrientes foram comparados aos Dietary Reference Intakes, da Academia Norte-americana de Ciências.

Das 112 dietas analisadas, 95 recomendavam a ingestão de quantidades baixas em cálcio. Em uma delas, a quantidade indicada estava acima do limite máximo recomendado pelos nutricionistas. Segundo os autores do estudo, concentrações altas ou baixas de minerais e vitaminas são situações indesejáveis. Além disso, podem causar interacções negativas com outras vitaminas e outros minerais.

Outro ponto considerado negativo está relacionado com as instruções publicadas em conjunto com as dietas. A duração de sete dias, por exemplo, que é normalmente a que mais predomina nas revistas é insuficiente para uma perda de peso gradual e saudável, explicam.

Entre toda a amostra, apenas uma única dieta, publicada numa revista, estava realmente balanceada dentro dos padrões nutricionais e bioquímicos, segundo o estudo feito. As 1.387 calorias estavam distribuídas em 57,83% de hidratos de carbono, 15,51% de proteínas e 26,66% de lípidos. Além disso, estavam presentes 278,22 miligramas de colesterol, 19,36 miligramas de ferro, 1.145,5 miligramas de cálcio e 26,62 miligramas de vitamina E.

Para os cientistas, a conclusão das análises das dietas é uma só:
«Não deveria ser permitido às publicações não-científicas anunciarem dietas para perda de peso que não apresentem uma composição química adequada». As dietas, da forma como que foram anunciadas, podem induzir, segundo o artigo, à adopção de práticas arriscadas de alimentação.

Dieta do Despostista


Os hidratos de carbono são elementares para toda a gente, e ainda mais para um atleta. O corpo armazena este macronutriente, sob a forma de glicogénio, nos músculos e no fígado, mas uma hora e meia depois de treino intenso as reservas acabam. De modo que há que repô-las diariamente.

Esgotados os hidratos de carbono, é às gorduras que o corpo vai buscar energia, daí que seja errado um desportista eliminá-las da dieta, sobretudo as gorduras insaturadas.

A ingestão de líquidos também e fundamental pois a desidratação diminui a resistência física e a velocidade.

Quanto às necessidades proteicas, as de um atleta são ligeiramente superiores às de uma pessoa sedentária, não só por ter mais massa muscular, como pelo maior desgaste energético.

Se um atleta tiver uma alimentação variada e sem restrições não precisa de suplementos vitamínicos, a não ser por indicação médica.

Em dias de treino os especialistas aconselham a fazer cinco refeições – as mais ligeiras uma hora antes do treino, as mais substanciais três horas antes. Nos três dias que antecedem uma competição, deve ser reforçada a ingestão de hidratos de carbono.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Opinião pública - Os nutricionistas e a publicidade

No "opinião pública" desta semana, foi questionado até que ponto era viável a associação dos nutricionistas ou de outro profissional de saúde à publicitação a produtos alimentares nos meios de comunicação social.

Actualmente, são vários os exemplos deste tipo de associação, principalmente por fundações ou escolas de saúde:

E afinal o que pensa destes exemplos?

Mais de metade (59%) dos 42 participantes do "opinião pública" diz-se contra a associação da imagem do nutricionista ou outro profissional de saúde à publicidade a produtos alimentares.


O regulamento (CE) nº 1924/06 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de Dezembro, que regula muitos aspectos relacionados com a publicidade, colocou já alguns entraves a este tipo de associação, mas não é claro no que diz respito à participação de fundações ou de escolas de saúde, situação verificada nos exemplos mostrados.

Torna-se urgente ir mais além. A criação de códigos de ética e deontologia que regulem o exercício da profissão do Nutricionista, à semelhança do que já aconteceu em países como o Brasil, Reino Unido, EUA, Canada ou Suécia, bem como a criação de uma Ordem dos Nutricionistas revela-se essencial para que se evitem dúvidas na conduta a adoptar pelos Nutricionistas.

Por exemplo, o Código de Ética Brasileiro diz claramente:
"Capítulo XII / Art. 22: Relativamente à publicidade é vedado ao nutricionista:

  • I - utilizá-la com objectivos de sensacionalismo e de autopromoção;
  • III - valer-se da profissão para manifestar preferência ou para divulgar ou permitir a divulgação, em qualquer tipo de mídia, de marcas de produtos ou nomes de empresas ligadas às actividades de alimentação e nutrição;
  • IV - quando no exercício da profissão manifestar preferência, divulgar ou permitir que sejam divulgados produtos alimentícios ou farmacêuticos por meio de objectos ou de peças de vestuário, salvo se a actividade profissional esteja relacionada ao marketing, ou se os objetos e peças de vestuário componham uniforme cujo uso seja exigido de forma comum a todos os funcionários ou agentes da empresa ou instituição.

Apetites literários - "Refeições, Marcas, Calorias"

"Refeições, Marcas, Calorias"


Autor: Prof.ª Isabel do Carmo
Editora: D. Quixote


Sinopse: Como podemos escolher o melhor para nós entre todos os alimentos disponíveis no mercado? Como podemos saber quais são as características nutricionais de cad um deles? Como podemos transformar em indicações úteis a quantidade de informação que aparece em letras pequeninas - ou que apenas está implícita, porque nem aparece? Em suma: como ler um rótulo e como saber o que lá não está?
Neste livro são analisados os alimentos que compõem as nossas refeições, do princípio ao fim de cada dia. Para os vários tipos de pão, tostas, iogurtes, queijos, carnes e peixes, acompanhamentos, bebidas, etc., é apresentada, depois de ter sido estudada, a informação nutricional de que precisamos para ficarmos a saber se comemos o que queremos comer - ou o que devemos escolher quando afinal não comemos aquilo que pensávamos estar a comer. Para cada uma das refeições que fazem parte do dia-a-dia, os alimentos normalmente consumidos surgem integrados em tabelas, fáceis de consultar, que o vão ajudar a decidir quais são as marcas e os produtos melhores para si. A anotação dos preços fica a cargo de cada leitor, o que é um bom exercício para sabermos o que custa o quê, nos tempos que vão correndo. Inclui ementas de diversos especialistas que o ajudam a fazer uma alimentação equilibrada.

Dietas alternativas - Crudívora e do Tipo Sanguíneo

Crudívora

Os crudívoros, quase todos vegetarianos, alimentam-se de legumes, frutos frescos e secos e grãos germinados crus. Os adeptos deste tipo de dieta alegam que esta é a única forma de tirar total partido das enzimas dos alimentos. Chamam-lhe comida viva. Mas o “argumento do alimento vivo não faz qualquer sentido” para a nutricionista Alva Seixas Martins. Os alimentos crus “contém substâncias antinutricionais, os chamados fotoquímicos, que, em doses massivas, podem prejudicar a absorção de cálcio, zinco, magnésio e ferro”, alerta a especialista.

Do Tipo Sanguíneo

Segundo Petd’Adamo, naturopata norte-americano de 51 anos, existe uma correlação entre o grupo sanguíneo de uma pessoa e o tipo de alimentação que ela deve adoptar. No livro "Eat Right foy your type", publicado nos EUA em 1996, D’Adamo defende que:
  • Pessoas com sangue do tipo O, que ele designa por caçadoras, devem previligiar uma dieta rica em carne, peixe e marisco e pobre em cereais, leguminosas e lacticínios.
  • Indivíduos com o tipo A , denominados agricultores , têm um aparelho digestivo sensível, pelo que devem seguir um regime alimentar pobre em carne mas rico em vegetais.
  • Pelo contrário os do tipo sanguíneo B, intitulados nómadas,têm um aparelho digestivo resistente, são amnívoros por natureza e podem abusar dos lacticínios.
  • As pessoas do tipo sanguíneo AB , encaixadas na categoria enigma, são as únicas que podem comer de tudo.

No entanto esta dieta do tipo sanguíneo não é, na opinião da nutricionista Alva Seixas Martins, das mais radicais, mas atenção “não existe qualquer validação científica para a teoria de Peter d’Adamo”.

Fonte: Jornal Expresso